Rolezinho

Sambada e patrimônio!

| 19 de abril de 2022
Mãe Beth de Oxum recebe o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco em 2021 pelos serviços prestados à cultura

Você já foi numa Sambada do Guadalupe, em Olinda? Há dois anos sem acontecer presencialmente, o evento ganhou uma edição virtual , que homenageia o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco concedido à Mãe Beth de Oxum, mestra da cultura popular, ialorixá e comunicadora. Com uma trajetória de 25 anos, a Sambada é parte do calendário tradicional e afetivo de Olinda e precisa do reconhecimento e da valorização da juventude para se manter viva.

Realizada no Beco da Macaíba, no bairro da Guadalupe, onde está localizado o Ponto de Cultura Coco de Umbigada, a sambada não acontece desde o início da pandemia. Todo primeiro sábado de cada mês, o Beco da Macaíba é visitado por gente de dentro e fora do Estado que vão ao local para conferir uma programação realizada de forma independente por Mãe Beth de Oxum e sua família. O espaço virou reduto de fortalecimento da cultura popular e visibiliza o trabalho de Mestres e Mestras, artistas, produtores culturais, educadores (as). Além da sambada, o ponto de cultura também realiza atividades educativas gera informação para o território a partir da Rádio Amnésia.

A Sambada do Guadalupe desempenha um importante papel de inclusão sociocultural, além de garantir trabalho e renda para dezenas de pessoas que comercializam produtos durante a festa. Durante a pandemia, o evento, que reúne cerca de 2 mil pessoas, foi suspenso.  Contemplada pelo edital da Lei Aldir Blanc, o evento ganhou uma versão virtual gravada no Sítio da Umbigada, em Paulista, onde a história da sambada começou. Na ocasião, Mãe Beth de Oxum recebeu o certificado de Patrimônio Vivo das mãos de Marcelo Renan, coordenador de Patrimônio Imaterial.

Ao lado de sua família, Mãe Beth perpetua os saberes e fazeres da cultura negra e indígena direto do Beco da Macaíba

“Receber esse título foi uma das maiores felicidades da minha vida por significa o reconhecimento de uma trajetória de mais de 30 anos na cultura popular. Muitas vezes a gente não consegue o respeito dentro da própria casa porque não conseguimos garantir o mínimo, a dignidade de colocar o alimento na mesa, dada a realidade como a cultura é tratada.  A gente fica sem autoestima. E como é que se faz um mestre e uma mestra? É dentro de casa com a família. Não é na universidade, nem em mesa de bar com produtora. É construído dentro de casa, com a família, com o terreiro de matriz africana ou território indígena, acompanhando um pai e um avô ou avó”, destaca Mãe Beth.

O evento está disponível no Youtube e reúne entre as atrações o Coco de Umbigada, Dona Glorinha, Coco da Resistência, Afoxé Babá Orixalá Funfun, Zeca do Rolete e DJ MK. Artistas que representam a riqueza e diversidade da cultura nordestina.

Assistam, deixem like e engajem a produção da cultura popular pernambucana!

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