Nossa Voz

Isso nunca foi brincadeira de casinha

| 16 de agosto de 2021

O trabalho de cuidados domésticos sempre afetou a vida e educação de meninas e mulheres há gerações. Hoje se agrava com a pandemia.

Reportagem e Arte: Alcione Ferreira/Cendhec

Parece mais um segredo. Algo que não pode ser falado, aquilo que passa silencioso entre núcleos familiares, comunitários e sociais. Difícil de ser detectado, portanto combatido, mais difícil ainda de ser classificado porque a quase invisibilidade completa deste tema torna-o, de certa forma, comum, naturalizado e aceito. Porém é urgente (e faz tempo) falar, negritar, debater, escrever, escutar e desenhar sobre esse assunto: O trabalho de cuidados domésticos e as consequências negativas dessa prática na vida educacional de meninas e mulheres. Uma exploração que tem atravessado gerações e contribuído para as desigualdades de gênero, intensificadas com a pandemia do novo coronavírus.

“Entre os cômodos da casa, procuro Kelly em vão porque esta minha ânsia é alegórica, pois sei onde Kelly está… Lá está Kelly confinada à cozinha, antes tirava o pó da sala, embala agora a criança, com um desejo de também ser embalada, cuidada, velada, amada…”

“Olhe, é tão real que parece até que estou vendo: ela [a neta Radassa, 07 anos] chegando pra me visitar, já uma adolescente, cansada, o rostinho todo brilhando de suor, mochila nas costas e dizendo ‘Vó, cheguei do colégio, tem o que pro almoço?” Essa é uma memória elaborada, uma memória desejo, de muitas que coabitam os sonhos de Raquel Maria de Lima, 55 anos, diarista de serviços domésticos em Recife e estudante do 1° ano do ensino médio na cidade de Jaboatão dos Guararapes. Raquel, ou Quel, como é conhecida, vem de uma família onde o histórico feminino é brutalmente marcado pela invisibilidade na escola e na sociedade. Sua mãe, avó e bisavó foram vítimas do analfabetismo, mulheres negras trabalhadoras do lar e do corte da cana de açúcar, em Ipojuca, cidade da mata sul pernambucana. Raquel é a primeira de sua família a se alfabetizar entre os cinco irmãos e única a concluir o ensino fundamental e ingressar no ensino médio em 2021 através do EJA (Educação de Jovens e Adultos). No entanto, quebrar com essa “herança” não foi nada fácil. Ainda aos 10 anos, e já excluída dos estudos, com total ausência de políticas públicas e leis que garantissem seu ingresso e permanência na vida escolar, Raquel começou a cuidar da casa em que vivia, esse foi um dos primeiros “ensinamentos” trazidos por sua madrasta, que também não frequentou a escola. Aos 16 recebeu outra incumbência: cuidar de um bebê, uma menina que acabara de chegar à família. “Eu tinha desejo de voltar pros estudos. Eu sempre quis ser médica cirurgiã. Mas cuidando de uma casa e de um bebê e sem incentivo eu não conseguia naquela época, sabe?”

“Kelly exausta da labuta do dia-a-dia (des)cansa no seu quarto, sem janelas para o mar, por onde não passa brisa, por onde se vê um céu distante, Kelly dorme sem contemplar a lua, não tinha espaço, faltava-lhe o tempo e quando o dia acordava Kelly esquecia de aquecer o sol com seu sorriso, pois a “cela” que dorme lhe aperta, sufoca, reprime…”

A história da infância e adolescência de Raquel é uma de muitas, infelizmente, tabuladas em números, gráficos e percentuais que demonstram os danos causados pelo trabalho de cuidados familiares para a vida das mulheres. O dossiê “CoronaChoque e Patriarcado”, o 4° da série “CoronaChoque” elaborada pelo Instituto Tricontinental de Pesquisa Social em novembro de 2020, apontou e refletiu sobre os prejuízos à vida das milhares de mulheres no mundo a partir do aprofundamento das desigualdades que acompanham a pandemia. O documento traz um minucioso estudo a cerca das desigualdades de gênero afirmadas pela lógica capitalista, sexista e machista. Em um dos trechos do dossiê,  há a seguinte reflexão: “a ideia de que o papel social da mulher historicamente está ligado às tarefas do cuidado conduziu a uma especialização que destina às mulheres das camadas médias e proletárias da sociedade as “ocupações subalternas, mal remuneradas e sem perspectiva de promoção”, com baixo prestígio e pouco reconhecimento social, como afirma a socióloga brasileira Heleieth Saffioti, no livro A Mulher na Sociedade de Classes (2013), publicado pela primeira vez em 1967”.

O documento também incide sobre a importância e urgência de se pensar uma mudança estrutural para o problema, levando em conta o contexto pandêmico: “A crise da Covid-19 abre a possibilidade de dar um novo sentido tanto ao valor do trabalho quanto ao valor da vida das mulheres (…). Devemos avançar na discussão do reconhecimento social dos trabalhos invisíveis e sua remuneração ou coletivização, assim como o reconhecimento sobre a vulnerabilidade da vida e do direito de todas as pessoas a serem cuidadas. O que implica avançar em um processo de desmercantilização e desfamiliarização do cuidado, para que o acesso a ele deixe de ser um privilégio para se inscrever em uma perspectiva de direitos humanos”. A publicação ainda traz, ao final de suas 65 páginas uma lista com 18 reivindicações elaboradas por grupos feministas organizados em todo globo: América Latina (Brasil e Argentina), África (África do Sul) e Ásia (Índia); no 4° item lê-se: “Devem ser lançadas campanhas governamentais que fomentem o compartilhamento equitativo da carga de cuidados entre homens e mulheres para garantir que todo o ônus do trabalho doméstico não recaia apenas sobre as mulheres”.  

Em março deste ano a série CoronaChoque lançou seu dossiê de n°38 intitulado “Desatando a Crise. Trabalhos de Cuidados em Tempos de Coronavírus”. Na produção há um recorte sobre os trabalhos de cuidados não remunerados e a violenta discriminação racial com as mulheres, que as colocam em condições de trabalho escravo no mundo colonizado: “O racismo presente em nossas sociedades fica exposto em sua brutalidade no trabalho doméstico e de cuidados. Mulheres, lésbicas, travestis e trans, trabalhadoras empobrecidas e racializadas são as que sustentam essas estruturas perversas. Na atual crise sistêmica, vemos como o capital está conseguindo —uma vez mais — fortalecer seus lugares de domínio e exploração. Machismos, fascismos e racismos são relançados, complexificando seus dispositivos e tecnologias. Múltiplas opressões são moeda comum e corrente e produto da dívida histórica que a pandemia aprofundou: isolando, coisificando, discriminando e abusando de vidas, corpos e direitos fundamentais”.

Números divulgados pela Oxfam no relatório “Tempo de Cuidar: o trabalho de cuidado não remunerado e mal pago e a crise global da desigualdade” produzido entre 2019/2020 e apresentado durante o Fórum Econômico Mundial do ano passado, realizado em Davos, apresentam um panorama perturbador em relação às desigualdades econômicas e a relação de gênero nos trabalhos de cuidados não remunerados. Segundo o estudo, cerca de 12,5 bilhões de horas por dia em trabalho de cuidados domésticos não pagos são realizados por mulheres no mundo. Caso recebessem salários, o valor econômico de tais horas chegaria, aproximadamente, a uma quantia acumulada de US$ 10,8 trilhões. A Oxfam ainda alerta que, dos poucos que retém riquezas no mundo, a maioria é do sexo masculino.

Nem on, nem off. Meninas, mulheres e mães estão mesmo é exaustas

A extenuante rotina de Cisney, jovem igarassuara que viu seus planos educacionais serem interrompidos ainda no ensino médio

Cisney Maria Flor de Santana da Hora, 31 anos, sempre foi uma aluna curiosa e aplicada, tanto que recebeu das (os) amigas (os) o apelido de “Tudóloga”, uma referência à sua habilidade em se interessar e conversar sobre diversas áreas do conhecimento. Ainda no ensino médio, além da escola, a menina sempre procurava por cursos que complementassem e enriquecessem sua formação. Em 2008 fez o curso gratuito de “artífice restauradora” pelo Centro Vocacional Tecnológico de sua cidade Igarassu, município pernambucano há 27 km da capital, Recife. Foi justo nesta formação que Cisney começou a projetar seu maior desejo: poder trabalhar e se especializar no ramo da construção civil. Entre seus planos estava o de cursar Engenharia Civil, pela Universidade Federal de Pernambuco. Foi então que, durante o último ano do ensino médio, então com 19 anos, casou e logo em seguida engravidou de uma menina. “Eu tentei voltar para concluir os estudos, mas não consegui naquele momento. Tive que adiar meus planos educacionais por algum tempo”.  

A jovem passou a se desdobrar nos trabalhos de cuidados domésticos familiares em casa. Para não se sentir sufocada e presa à rotina das paredes do lar, começou a usar suas habilidades para gerar renda através da produção de trufas artesanais. Levava sua filha no colo para feira no centro da cidade e lá, enquanto o bebê dormia no carrinho ao lado de sua mãe, ia percorrer as ruas próximas em busca de oportunidades e oferecer seus produtos. Em 2011, retomou e concluiu o ensino médio com muito esforço, contando com uma rede de apoio familiar, porém não seguiu de imediato, como gostaria, para tentar uma vaga na universidade. A verdade é que Cisney se via completamente esgotada com a tripla jornada de trabalho; o emprego informal que começou no mesmo ano, o serviço doméstico em casa e os cuidados com a filha. “Das primeiras horas do dia até à noite são muitas demandas para as mulheres que são mães, trabalham fora e cuidam da casa”.

Apesar do cansaço, ela precisou derrubar à marretadas firmes muitos pilares que estruturam a construção histórica da condição feminina que a delimita aos cuidados domésticos. Em 2014 se matriculou num curso técnico particular em edificações pelo grau técnico. “Não fui muito longe nesta formação porque veio minha segunda gravidez. Também fiquei desempregada e não tive como pagar os estudos, além disso, tive uma gestação muito difícil”. Retornou ao mercado de trabalho em 2016 através de uma rede de lanchonetes. Um ano depois veio a notícia de que estava grávida do seu terceiro filho. A jovem saiu do emprego e ficou em casa. Mas teve a ideia de investir na compra de uma máquina de costura, com o dinheiro do pagamento de sua rescisão, para elaborar produtos artesanais e comercializá-los. Entre fraldas e encomendas lá estava Cisney tentando dar conta de uma rotina que demandava energia, força e concentração para manter seus planos no radar. “Existem os juízes da sociedade, onde a  mãe e dona de casa tem que ser perfei… – Oi, meu amor, mamãe também te ama mas agora está ocupada [Daniel, o mais novo, entra na sala para falar com nossa entrevistada] – então, continuando… a sociedade possui esses ‘juízes’ que definem o papel feminino e por mais que meu marido esteja presente como pai e companheiro, a sociedade só recai sobre a mulher”.

Este ano Cisney conseguiu retornar ao trabalho, na mesma lanchonete de onde teve que optar por sair devido à terceira gravidez. Também foi aprovada no edital do IFPE de Educação à Distância (EAD) no curso de Designer de Interiores, onde começou 15 dias antes desta reportagem ser produzida. A marretada desferida por ela foi forte: “Passei com 80% de acertos”. Agora ela segue com novos projetos para reconstruir e fortalecer novos pilares de sustentação em sua vida.

Lex Ane Cavalcante, integrante do coletivo feminista Mariú, de Igarassu, alerta para o quadro preocupante que foi intensificado com a chegada da Covid-19: “Antes da pandemia os trabalhos e cuidados domésticos já eram uma problemática, por serem divididos de forma desigual entre os gêneros dentro dos lares igarassuaras e por ocuparem boa parte do tempo das meninas e mulheres, o que diminui e limita o engajamento estudantil, a empregabilidade e sua atuação política aqui no município”.

A ativista também aponta o número insuficiente na oferta de creches públicas para as mães da região. Hoje o município possui apenas duas creches, ambas com lotação completa e com fila de espera. Outra observação de Lex é sobre a questão territorial de Igarassu e a complexidade de cada área: ”As mulheres vão pescar na maré ou pra feira vender algo e levam suas filhas e filhos. As meninas assumem responsabilidades no trabalho informal e nos cuidados da casa, fazendo-as deixarem os estudos em segundo plano. A pandemia, com a chegada das aulas remotas e o difícil acesso à internet, as “empurrou” ainda mais para os trabalhos domésticos”.  

Lex Ane também aponta possíveis soluções e responsabilidades para promoção de mudanças. “Estimular o questionamento sobre esta rotina, em especial com as meninas mais novas, para que elas busquem quebrar a continuidade deste ciclo é um dos caminhos. Porém é preciso o mínimo de apoio do sistema, a importância do poder público em oferecer cursos e promover condições para que elas consigam estudar. Acesso a internet, transporte para se deslocar das áreas mais rurais, ribeirinhas ou quilombolas aqui de Igarassu, mais vagas nas creches pra que as mães possam deixar seus filhos, creche noturna, oportunidades de emprego e renda”. E finaliza: “É preciso instigar a quebra das correntes, conscientizar, problematizar, promover a reflexão, mas apresentar oportunidades também”.

Kelly está sem seguro, sem escola, sem assistência, sem dignidade e liberdade, mas vejo no olhar tímido de Kelly, ainda que fosca, a luz da esperança (…) Kelly ainda é criança na “Terra do Nunca” pelo avesso, onde crianças transformam-se em enxadas, ferramentas de trabalhos precários e infames. Interromperam a infância de Kelly…”

A urgência de políticas públicas no enfrentamento às estruturas capengas

A secretária da Mulher do Recife, Glauce Medeiros, afirma que o empoderamento feminino é o passo fundamental para a transformação social, econômica e política da mulher. Segundo a gestora “Isso já cria uma situação em que a mulher, a menina, comece a descobrir, discernir e observar o seu papel social, suas tarefas dentro da sociedade”.  Através da articulação entre secretarias e vários organismos e instituições, a pasta tem construído e implementado ações formativas, em especial para as novas gerações como a parceria nos projetos “Maria da Penha Vai à Escola”, “Empodera. Hoje Menina, Amanhã Mulher” e o mais recente programa: “Chegando Junto das Mulheres e Meninas”, que busca realizar ações descentralizadas de prevenção e enfrentamento à violência doméstica e sexista. “Nós trabalhamos para que a mulher tenha esse conhecimento e possa discernir e se empoderar. As meninas são obrigadas a sair da escola por ‘N’ razões. Nosso esforço é para que os equipamentos públicos criem as estruturas para acolher essas mulheres, para garantir o direito ao lazer, à educação, ao trabalho, à cultura, a tudo. E aí, quando levamos essas discussões para a comunidade, você vai dando condições para que meninas e mulheres reflitam e possam romper com o que está estabelecido”.

A educadora da rede municipal de Camaragibe, Região Metropolitana do Recife, Luciana Maria de Almeida Moreira Zazar, 45 anos, conhece bem a realidade da educação brasileira em vinte e um anos de atuação nas redes públicas e particulares de ensino e sabe das implicações que a evasão escolar pode causar na vida de meninas: “ao longo dessas duas décadas que estou em sala aula tive a felicidade de atuar com crianças, jovens e adultos  e apesar de termos um público bem heterogêneo em relação às condições econômicas e sociais e de interesses e desafios relacionados à suas faixas etárias, pude perceber a existência da problemática da evasão escolar como uma realidade presente, por se tratar de um problema estrutural, em certos aspectos, na educação do nosso país, que infelizmente ainda sofre com a falta de investimento em uma Educação Pública de qualidade”.  

Do macro ao microcosmo: A experiência da Escola São José

Luciana atua como professora do fundamental II na Escola Municipal em Tempo Integral São José, em Camaragibe, e tem desenvolvido uma prática educativa pautada na Pedagogia do Afeto. Para ela, o método faz toda a diferença, na medida em que busca investir na educação integral da (o) educanda (o): “Quando focamos para além do currículo formal e enxergarmos que existe um ser humano com necessidades emocionais, que precisam ser trabalhadas, cria-se um elo de confiança com a (o) aluna (o), que é o primeiro passo para que se sinta acolhida (o), e saiba que sua presença é importante e necessária”.

O modelo de ensino integral fundamentado nos pilares APRENDER A SER, APRENDER A FAZER, APRENDER A CONVIVER e APRENDER A CONHECER, ofertado pela São José, também ajuda a motivar estudantes a permanecerem na escola, ofertando não só mais tempo cronológico as suas atividades pedagógicas, mas também disciplinas como projeto de vida, estudo orientado, práticas experimentais e disciplinas eletivas que são pensadas e desenvolvidas para atender as reais necessidades das (os) educandas (os) , incentivando-as (os) permanecerem na escola.

Como resultado, a unidade escolar deu um salto, não só numérico como qualitativo, em termos de educação no município. Em 2019 contabilizava 155 estudantes matriculadas (os). Em 2021 esse número pulou para 279 matrículas. Vale salientar que é a única escola de ensino fundamental II da rede atualmente. Durante todo o período de pandemia foram ofertadas aulas online na plataforma do Google Meet e Google Classrom com aulões interativos. Para estudantes que não dispunham de aparelho celular e/ou computador, foi realizada uma busca ativa a esse público e a escola fez entrega de materiais impressos com o conteúdo das aulas.

Na última quinta-feira, dia 12, quatro dias antes da publicação desta reportagem, a professora Luciana aplicou um questionário sobre trabalhos de cuidados domésticos na pandemia com 117 estudantes das turmas dos6º aos 9º anos do fundamental II na faixa etária entre 11 e 14 anos, sendo 58 meninas e 59 meninos. “Algumas alunas e alunos afirmaram participar dos serviços domésticos, mas sem que atrapalhem seus estudos. Relataram desenvolver atividades como: lavar pratos, arrumar quarto, jogar lixo fora, limpar quintal e até cuidar dos irmãos mais jovens, quando preciso, porém se organizam com o apoio familiar para que essas colaborações não choquem com suas atividades escolares”, concluiu a educadora.

Mesmo na pequena amostra fornecida pela Escola São José é possível verificar, com diferença numérica ainda que discreta, a evidência de que são sempre elas, as meninas, a maioria a ter suas atividades escolares comprometidas pelos serviços domésticos. São “Raqueis”, “Cisneys” e “Kellys”, em territórios, contextos políticos e gerações diferentes lutando para sair das estatísticas de evasão escolar, tentando quebrar com estruturas patriarcais e misóginas, defendendo suas meninas, e as de outras companheiras também. Por uma vida digna e saudável, com equidade de gênero e oportunidades reais para todas as mulheres.

EM TEMPO: Os trechos dos versos ‘Onde Está Kelly?” que compõem esta matéria são de autoria da poeta e assistente social Andréa Lima. O poema é parte da publicação de mesmo nome realizada pelo  Centro Dom Helder Camara de Estudos e Ação Social, Cendhec, em 2002. “Onde Está Kelly?” é o resultado de uma pesquisa realizada com 200 crianças e adolescentes trabalhadoras domésticas do Recife, com idades entre 10 e 17 anos. O objetivo foi traçar um perfil socioeconômico e cultural deste grupo, revelando inclusive os efeitos desta relação de trabalho sobre o seu desenvolvimento bio-psico-social. Você pode acessar a publicação completa na biblioteca do nosso site.

EM TEMPO II: A unidade escolar São José é uma das parceiras no projeto “Na Trilha da Educação. Gênero e Políticas Públicas para Meninas”, uma iniciativa do Cendhec com apoio do Fundo Malala. A proposta traz as meninas como sujeitos políticos e de direitos, fazendo da escuta das suas vozes o principal elemento para influenciar políticas públicas que enfrentem as desigualdades de gênero, raça e classe social no ambiente escolar nas redes públicas municipais das cidades de Igarassu, Recife e Camaragibe

EM TEMPO III: Confira a seguir as mensagens sonoras encaminhadas por Raquel Maria de Lima e Cisney Maria Flor. Nos áudios nossas entrevistadas enviam recados potentes e afetuosos para Radassa, neta de Raquel e Ashley, filha de Cisney:

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