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Investigações do caso Marielle Franco avançam, mas a luta por justiça e respostas continua.

| 25 de março de 2024

No último domingo (24), a Operação Murder Inc organizada pela Polícia Federal, Procuradoria-Geral da República e Ministério Público do Rio de Janeiro prendeu Domingos Brazão, Chiquinho Brazão e Rivaldo Barbosa, como possíveis responsáveis intelectuais pelo assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, em 14 de março de 2018. Domingos Brazão é atual conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, Chiquinho Brazão é deputado federal do Rio de Janeiro, e Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro.

Em delação premiada do ex-policial Ronnie Lessa, preso desde 2019, Domingos e Chiquinho Brazão foram apontados como mandantes e Rivaldo Barbosa, chefe da Polícia Civil à época do atentado e atual coordenador de Comunicações e Operações Policiais da instituição, é suspeito de atrapalhar as investigações. Estão sendo cumpridos ainda 12 mandados de busca e apreensão, enviados pelo Supremo Tribunal Federal, na cidade do Rio de Janeiro.

Após seis anos sem respostas para o crime que vitimou brutalmente Marielle e Anderson, e de movimentações incansáveis por justiça, a prisão dos suspeitos, neste 24 de março, Dia Internacional do Direito à Verdade, marca a luta por elucidações de casos de violência política, sobretudo contra defensores dos direitos humanos.

Muito embora as prisões sejam um avanço comemorado, o caso não está finalizado e “há um caminho longo a ser percorrido […] a delação precisa ainda ser corroborada com outras provas no curso do processo e os envolvidos precisam ser levados a julgamento o quanto antes”, pontua a Nota Pública do Comitê de Justiça por Marielle e Anderson. A articulação, coordenada pelo Instituto Marielle Franco, assinala que a luta por justiça e pelo avanço das investigações deve seguir. “Para que haja o devido julgamento de todos os acusados do crime brutal que nos tirou Marielle Franco e Anderson Gomes e, sobretudo, para que a sociedade brasileira finalmente tenha as respostas às perguntas: quem mandou matar Marielle Franco e por quê?”

As investigações apontam a milícia estruturada e complexa que avança em diferentes esferas do Rio de Janeiro, mas além disso, escancara a conivência e atuação de agentes do Estado nos crimes. O Comitê de Justiça por Marielle e Anderson defende que para além da responsabilização dos envolvidos no caso, “é necessário a construção de um cenário de justiça que garanta as medidas de responsabilização dos autores, reparação aos familiares e medidas de não repetição, isto é, prevenção de outros casos de violência política de gênero e raça, garantindo que nenhuma outra mulher negra seja interrompida”.

O Comitê Justiça para Marielle e Anderson é uma articulação coordenada pelo Instituto Marielle Franco, da qual fazem parte a Justiça Global, a Terra de Direitos, a Anistia Internacional Brasil, o mandato da Monica Benício, e familiares de Marielle e de Anderson.

Confira a Nota Pública completa abaixo:

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