
No próximo domingo (19), grupos de maracatu nação da Região Metropolitana do Recife se reúnem para marcar a luta contra o racismo religioso, no 2° Encontro Metropolitano dos Maracatus Nação. Às 16h, as agremiações estarão concentradas em frente a Igreja Matriz de Santo Amaro, em Jaboatão Centro, e seguem em cortejo até à Praça Nossa Senhora do Rosário. O encontro é convocado pela União dos Maracatus Nação de Pernambuco (UMANA) que convida o Maracatu Nação de Oxalá, Nação Camaleão, Baque forte, Encanto do Dendê e Sol Brilhante do Recife.
A luta é por direitos resguardados e pela continuidade digna das histórias.
A cultura popular de Pernambuco apresenta fortes referências a religiões de matriz africana e indígenas. No maracatu nação, presente na Região Metropolitana do Recife, a espiritualidade está presente nas danças, músicas e instrumentos, além de ser a fundamentação do brinquedo; é pilar de sustentação e de continuidade.
A manifestação pernambucana é símbolo de resistência cultural histórica. Desde o período colonial no Brasil os batuques são uma das muitas expressões de reafirmação e manutenção da identidade negra, mas encontram desafios enraizados no racismo religioso. Desde a falta de reconhecimento e remuneração adequada, ao ataque material aos símbolos, à segurança e à vida dos integrantes nas casas de terreiro ou centro culturais, a realidade é de resistência para continuar existindo até a atualidade.
Instituído pela Lei Federal nº 11.635, de 2007, 21 de Janeiro é o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. Ganhar as ruas com os maracatus nesta data é demarcação da força motriz, que dá seguimento a uma luta pelo direito aos cultos religiosos afro-brasileiros. A data tenciona relembrar o direito à crença e ao culto, que apesar de garantidos em um estado laico, são historicamente violados.