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Em carta ao Congresso Nacional, Malala pede esforços pela educação brasileira

| 22 de fevereiro de 2022
Ativista paquistanesa fez cobrou maior empenho das lideranças políticas (Imagem: Divulgação)

Em uma carta endereçada ao presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco, a ativista paquistanesa Malala Yousafzai expressou sua preocupação com a taxa de exclusão escolar no Brasil. A mensagem foi lida na última segunda (21), durante audiência pública no Senado Federal. Malala pediu pela busca ativa de estudantes brasileiros que estão fora da sala de aula e apontou os principais desafios  e consequências sociais e econômicas gerados pela pandemia da Covid-19. 

A responsável por transmitir a manifestação de Malala foi Andressa Pellanda, coordenadora-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação. Ela também integra a Rede de Ativistas pela Educação do Malala Fund no Brasil, um coletivo de 11 educadores comprometidos em promover a educação de meninas, principalmente, de indígenas e quilombolas, nas regiões do país com os piores índices educacionais.

Quadro de exclusão escolar

Segundo o UNICEF, em novembro de 2020, já havia mais de 5 milhões de meninas e meninos sem acesso à educação no Brasil – número semelhante ao que o país tinha no início dos anos 2000. Após mais de dois anos de pandemia, a situação é ainda mais grave. De acordo com o Censo Escolar 2021, 653.499 crianças de até 5 anos saíram da escola nos últimos três anos.

Com relação às meninas, quase 40% das meninas negras de cidades como São Paulo, que foram entrevistadas em pesquisa do Geledés – Instituto da Mulher Negra, não tiveram acesso aos materiais didáticos durante a pandemia. O estudo mostra que as famílias participantes da pesquisa reforçam a evidência de que gênero e raça incidem sobre o impacto da pandemia na vida de estudantes.  Entre os principais fatores que levam a este cenário estão sobrecarga de tarefas domésticas, trabalho, vulnerabilidade social, desigualdades, baixa autoestima, violência, racismo e sexismo. 

Na carta, Malala defende que lideranças políticas adotem uma agenda legislativa que “priorize o financiamento contínuo da educação pública”. Para a ativista, “a educação das meninas é a solução para alguns dos problemas mais urgentes do nosso mundo. Se queremos sociedades mais saudáveis, prósperas e pacíficas, devemos proporcionar às meninas 12 anos de educação gratuita, segura e de qualidade”. O texto foi apresentado durante a audiência pública intitulada “Busca ativa: Toda a criança na escola”.

Leia a carta na íntegra

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