Em um contexto marcado por obstáculos de ordem não só física, a geógrafa e pedagoga Aída dos Santos, professora de educação física, emergiu no atletismo transpondo não apenas limites esportivos, mas também quebrando barreiras sociais e de gênero. O documentário “Aída, uma Mulher de Garra” joga luz sobre a trajetória da atleta, única mulher negra brasileira que desafiou as adversidades e participou das Olimpíadas de Tóquio em 1964, ficando em 4° lugar no salto à distância, mesmo sem patrocinadores numa delegação composta por 68 atletas.
O filme, curta metragem de 26 minutos dirigido por André Pupo e Ricardo Quintella, tece uma narrativa que nos transporta para o cenário tumultuado da década de 1960, marcada pela ditadura militar no Brasil. Aída, uma jovem atleta de origem periférica, destacou-se não apenas por sua habilidade atlética, mas principalmente por sua resistência e luta diante das circunstâncias desafiadoras que enfrentava como mulher negra no Brasil da época.
A obra, lançada em 2012, explora a determinação de Aída, que superou preconceitos raciais, violência doméstica e de gênero para afirmar seu lugar no cenário esportivo. Sua jornada até as Olimpíadas de Tóquio é apresentada como um ato de coragem e persistência na busca por igualdade e justiça social.
Aída dos Santos representou o Brasil nas competições internacionais, e tornou-se símbolo de empoderamento para as mulheres e a comunidade negra. O documentário destaca suas realizações esportivas, o impacto significativo que ela teve na quebra de estereótipos e na abertura de caminhos para as gerações seguintes, tornando-se pioneira no atletismo brasileiro, deixando um legado duradouro que vai muito além das medalhas conquistadas.
Em última análise, “Aída: Uma Mulher de Garra” é um importante testemunho da força do espírito humano diante das injustiças e desigualdades. Aída dos Santos continua a inspirar toda menina e toda mulher que busca derrubar os entraves históricos impostos pelo machismo e racismo, e perseguir seus sonhos, independentemente de raça, gênero e classe social.
Ficha Técnica
Ano: 2012.
Gênero: documentário.
Direção: André Pupo e Ricardo Quintella.
Duração: 26 min.
Classificação Indicativa: Livre